quinta-feira, 28 de junho de 2012

gostaria

gostaria de compartilhar, não de pedir. gostaria de mostrar o meu lado bom, mas com sutileza, com calma, com entrega. sem sobrecarregar, porque ao darmos demais, pesamos. esquecemos das nuances, das medidas. das medidas não-contadas, não-exatas. apenas a medida. gostaria de mostrar minhas fraquezas também, sem fardo nem cruz. sem penitência ou colo. gostaria de ser e estar inteiro, sem dissimular. e que essa verdade nos olhos não me apresse. que a quietude seja prece, não omissão. que eu entenda que há muito mais a sentir. gostaria de sentir, apenas sentir, e confiar sobretudo em mim mesmo. sentimento que não questiona, não exige, não se apressa. apenas sente.

terça-feira, 26 de junho de 2012

carne viva

eu não sou apenas sombra. sou luz. sou redenção, sou desculpa, sou sinceridade - até no que mais me envergonha.
mas eu não tenho vergonha de ser quem eu sou. e nem de tentar mudar tudo o que me afasta disso.

terça-feira, 19 de junho de 2012

respiro

A paixão desmedida nos autossabota: ela nos traz uma insegurança até então muito certa de tudo. Do que a gente pensa, sente, fala. Mas quando a gente se permite respirar um pouco e entender as pequenas coisas, a gente finalmente toma ar e aí sim, consegue entender tudo. Insegurança traz incômodo, alfição. E eu não quero sentir isso. Não mais. Eu quero é respirar!

sábado, 16 de junho de 2012

abismo

Sentimento bom que surge assim, sem pensar. Surge sentido de repente, na fração de um sorriso - como quando vem o gozo. É a explosão dos sentidos, todos eles. Pele, boca, olhos, cheiro, nuca, alma. É o êxtase perpetuado. Cada pe-que-ni-no momento, cada segundo contado, cada entreolhar contido. Não há espaço para o meio-termo, não há mais espaço. Sentimento tranquilo, que te acalma, te traz alento, que te acarinha, mesmo que distante, mesmo que uníssono. Sentimento caótico, que te impulsiona a fazer o impossível, que te empurra para o abismo dos apaixonados, caindo em queda livre sem rumo, sem tempo determinado, sem chão. E na finitude das relações, o que menos se espera é que este abismo tenha seu fim. Que eu continue a planar.