quinta-feira, 31 de outubro de 2013

mini-eu


Ontem eu sonhei comigo mesmo. Mas deixa eu explicar melhor: eu sonhei que observava minha vida de longe. Como se pudesse voltar e observar coisas que na época pareciam banais e hoje me trazem uma saudade muito boa - nenhuma nostalgia, mas uma simples confirmação de que tudo o que passei faz sentido agora. Sonhei que estava ao lado da minha versão criança, do meu mini-eu, sentado no banco de trás do carro do meu pai. Era um daqueles típicos domingos em que passávamos o dia na casa da minha tia. Tios, primos, sobrinhos, risadas e abraços. Um daqueles domingos que, quando anoitecia, ficava triste por saber que tínhamos de partir. E quando partíamos, olhava pelo o vidro traseiro do carro todos acenando ao longe. No sonho, foi como se pudesse acenar mais uma vez pra tudo isso. Peguei as minhas mãos e encostei nas mãos pequininas do mini-eu. A gente ficou feliz por reconhecer que eram as mesmas mãos, o mesmo formato das unhas, a mesma cicatriz no dedo indicador direito. O mini-eu sorria muito, mas muito mesmo. Como foi bom rever este sorriso-de-criança. Como é bom saber que ele continua o mesmo.