sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

somos todos poetas

valho-me dos sonhos indizíveis
dos momentos inesquecíveis, muitos deles.
trago a certeza das horas bem-vindas,
dos dizeres inconfessáveis,
das confissões desmedidas.

na negativa das ações, basta a tentativa.
uma vontade não-vivida ou não-ouvida?
racionais e emotivos, somos todos poetas;
um (des)prazer (in)útil de sentimentos,
uma catarse do que somos e queremos ser.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

(des)construindo o tempo

,sei que não tenho tido uma vida muito cartesiana ultimamente - o que não deixa de ser uma escolha louvável. Uma alternativa ao ostracismo de muitos, à falta de lateralidade de alguns, à intolerância da maioria. Quem não tenta achar o seu lugar no mundo? Ou pelo menos compreender a sua própria trajetória? Não sei se isso é uma unanimidade, mas eu sempre me questionei por isso. Sempre precisei quebrar meu espelho de Narciso pra poder distinguir as coisas. E como encará-las, como vivenciá-las.

Necessito dessa catarse de situações. Entendo que talvez seja uma maneira um pouco torpe me justificar para o mundo, pra mim mesmo. Insisto em parametrar as coisas, em olhar pros lados, em olhar pro mundo - e não só para meu próprio umbigo. Insisto no aprendizado, numa compreensão maior - acima de qualquer julgamento ou condição.

Inevitavelmente não deixo de pensar de como seria a minha vida se tivesse uma constância extremamente comum à tantas outras. Se falasse a mesma língua de muitos. Talvez deixasse de ser tão exageradamente visceral, verdadeiro, espontâneo. Tão... eu.

Não. Não me vejo vivendo de outra maneira. Não me vejo sem meus vícios, sem preciosismos, sem marcas. Sem meu jeito tão particular de ver as coisas. De encarar a vida. A minha vida.

Não quero ser exemplo pra ninguém. Nunca quis, mesmo que muitas vezes eu tenha agido desta forma. Quero ficar no meu canto, com as pessoas que preciso. E não são muitas; nem importantes num contexto maior, nem perfeitas, nem sinônimos de rebeldia, nem nada.

Eu quero é ser (intransitivo). Eu é
,

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PS: Continuo por aqui, com minha violinha no saco. Por favor, me deixe um pouco por aqui, com a luz apagada, com um idioma que não me pertence, com um país que não é meu. Me deixe aqui, com a única coisa que me pertence de verdade: a minha vida. A minha essência. Me deixe aqui reconstruindo tudo o que de fato represento pro mundo, pro meu mundinho, tão simples e tão meu. Lembre-se que o tempo é sábio: reconstrói o que ele mesmo tratou de desconstruir.