quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

carta aberta

todos os sonhos, todas as intenções, preces, metas, planos e ambições. Estão todas ali. Todos os abraços, muitos deles, todo o sentimento, sem exceção. Todos os amigos, amantes, amores, platônicos ou não. Vividos ou não. Mãe, pai, irmãos, avós e sobrinhos, tantos deles. Tão pouco tempo para dizer tanto, mesmo que a tardinha, mesmo que ausente, mesmo que. Tão presente é a simples verdade. Fala por si, dita em refrão.

Um Natal verdadeiramente feliz. E completo.

L

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

reaja!

tome um tapa na capa, daqueles bem doídos. daqueles que doem por dentro. pare com o tatibitate, com o mimimi, com o blábláblá. assuma seus riscos, pontue suas metas, grite o indizível, chore todas as lágrimas invisíveis e sem cor. todas elas. está mais do que na hora de rir um pouco de si mesmo, não acha? pare de se preocupar até o dedo mindinho das tuas falsas verdades, do teu preciosismo idiota e torpe, da sua retórica insossa e mofada. tome um tapa na cara do seu próprio desgosto, da tua maior inveja, da tua cobiça despropositada. Sinta a dor real de viver cada dia como se fosse o derradeiro. Perceba que a dor e o prazer estão ali, lado-a-lado, assim como teus dias bons e ruins, o seu Deus e seu maior algoz. Estão todos ali, esperando que você tome apenas uma atitude. Estão todos ali com a face e a mão estendidas pedindo um pouco de misericórdia.

domingo, 15 de novembro de 2009

convicção

eu sei exatamente o que eu quero pra mim. nem sempre foi assim, mas hoje enxergo às claras todos os meus passos. e a consequência deles, imediata ou não. me contradizer agora não seria um simples erro, seria uma omissão. talvez é a vida dando sinais claros de qual estrada devo seguir. não há mais tantas encruzilhadas, não há mais tantos obstáculos assim. sinto cada vez mais a necessidade de deixar isso vazar pelos poros e pela boca. a necessidade de seguir caminho, de fazer com que as minhas palavras não sejam ditas sem que haja ao menos refrão.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

saudade

sentimento invisível paralelo intrínseco vaza pelos poros mas não sai da cabeça de cabeça tira o fôlego arranca as incertezas dilacera a rotina acelera a espera e espera, espera. Palavra não-dita situação idealizada um grito abafado tesão acumulado verdade assumida sufoco insônia ansiedade palavras soltas travesseiro cocacola caminhada pão-de-mel procrastinação. Compasso dias horas meses anos décadas aqui, ali e em qualquer lugar. sentimento barato mesquinho egoísta filho-da-puta-mesmo te quero te amo te odeio te desejo te desconheço te traio comigo mesmo. Gozo solitário paixão destemida cortina de fumaça cansaço perda perdão arrependimento volta revolta retomada recomeço recesso rebelião revoada pássaro longe que talvez volte, talvez.

domingo, 20 de setembro de 2009

ação e reação

Tudo na vida tem de ser conquistado sem expectativas. Fomentamos demais as respostas que nem sempre virão de nós mesmos. Se algo genuinamente acontece e não estamos esperando por isso, nos surpreendemos. Não subjulgamos, nem criamos respostas prontas. Apenas recebemos uma ação positiva, que surge como consequência direta do que somos e representamos pro mundo. Tudo é consequência, não é causa.  

Ao pensar, criamos a nossa verdade. E a verdade é um sentimento: ela não é in, é out. O pensamento não corresponde à uma ação concreta. É preciso mais. Lembrei de uma frase incrível que ouvi na peça Regurgitofagia, encenada há alguns anos por Michel Melamed: 

"Antes de mais nada, tudo: porque diferentemente dos ávidos antropófagos, já deglutimos coisas demais"


quarta-feira, 16 de setembro de 2009

trilho

De longe eu ouvia os longos apitos do trem. uma, duas, várias vezes. Um gole de leite com chocolate bem quentinho, daqueles que só a minha vó sabia preparar. "vó, ainda tá passando trem? À essa hora?" Adormeci. Trem me lembra misto quente. Aquele que o garçom trazia. Hum, e a coca-cola meio-sem-gelo, não tem problema. Eu tava mais interessado na paisagem que eu via na janela. Estava mais interessado em saber qual seria a próxima parada da viagem. "Já chegamos na casa-do-tio, vó?" Tenho saudade das frases-com-hífen, todas elas. De pão-de-forma sem casca, das piadas-sem-graça da minha tia, de tirar uma soneca-sem-pressa no caminho e acordar com os mesmos apitos do trem que sempre me fizeram dormir tão bem. 

terça-feira, 18 de agosto de 2009

dois pontos

- Eu tô aqui. Me encontro aqui. Mas eu vou chegar lá.
- Lá aonde?
- Lá, oras. Você também não vai?
- Eu não, prefiro ficar aqui. Tá todo mundo aqui - e em pouco tempo - menos você.
- Eu ouço tanta gente falando que chegou lá. Não foi fácil, mas nada é fácil, né?
- Prefiro ficar aqui. E é igualmente difícil.
- Eu só vou ter certeza quando eu chegar lá. Aqui não dá pra saber.

////

- Cheguei. Tô aqui. Mas e aí, como estão as coisas?

terça-feira, 4 de agosto de 2009

verdades (in)confessáveis

eu sou out, não in. e não adianta me contestar. porquê eu tô aqui pra mudar, pra fazer acontecer. não vou ficar parado, não vou deixar de dizer que te amo. e que te odeio também. não vou passar por cima do meu caráter, nem ficar fazendo charme pra quem não vale a pena. eu vou dizer sempre o que eu quero falar, com todas as letras, c-a-r-a-l-e-o. Parafraseando Secos e Molhados: "eu não sei dizer nada por dizer, então eu escuto". Se é pra fazer teatrinho, eu saio de cena. Mas se pra fazer o mundo girar, eu subo no palco e começo meu monólogo, sem gaguejar.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

guiness book of nothing

o que de fato nos impulsiona? o que faz a gente seguir em frente? A própria inércia em que nos encontramos? Um propósito específico, ou a falta dele? A tentativa desenfreada de se encaixar em alguma coisa (ou de ser aceito) faz com que a gente vomite sem simplesmente checar o que temos, de fato, deglutido. Muita gente passa a vida inteira procurando o invisível, cheio de questões e promessas. Faz de um tudo para se questionar, para se parametrar, para se distanciar - até de si mesmo. Esquece, por um momento, de viver a vida focado no mais incrível e absoluto nada. Esquece dos bons amigos, dos momentos bons, do "bom dia", da alegria-de-criança-quando-acorda. É bem mais fácil falar da grama do vizinho, dos problemas da fulana, da calça cafona da cunhada do tio da avó. E é isso. Seguem frustrados, questionando tudo, absorvendo nada, vomitando mofo, deglutindo merda. Mas, o que de fato nos impulsiona? As grandes metas, os amores impossíveis, as taras inconfessáveis, os quereres mais imprevisíveis? Será mesmo? E assim, seguiremos vivendo neste extremismo desenfreado, falando mal das putas e dos viados, enaltecendo o belo e o perfeito, traindo as esposas, chantageando o chefe, querendo a camiseta mais hype, mais fashion, mais da modinha. Seguiremos buscando o amor-acima-de-tudo, da gozada-mais-perfeita, do sequestro-que-durou-mais-tempo, do namoro-que-durou-menos. Seguiremos traçando a vida como um guiness book, e esquecendo que ela não tem chegada. Nem final.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

quereres

não quero pensar. nem raciocinar. não questionar os porquês. não quero questionar o que eu sinto, o que eu quero. eu quero, de uma vez por todas, viver a minha vida. do jeito que ela é, do jeito que só eu sei entender.

enquanto o mundo fica se parametrando, se moldando, se escondendo, fugindo da sua real essência, eu quero seguir o caminho inverso.

a vida é caminho, não chegada.

domingo, 7 de junho de 2009

tempo, tempo, tempo

não queria contar, mas aí está.

queria que o tempo andasse mais rápido. assim, tudo que me cerca poderia passar num piscar de olhos. a pressa calaria a angústia, a dúvida, a imcompreensão. queria fechar os olhos e não olhar pra esse tempo. queria apenas sentir, sem explicar, sem parametrar, sem precisar moldar. queria que o tempo não fosse o fomentador das incertezas, o reforço dos enganos, um sustentáculo de uma imaginação egoísta e confusa. entre todos estes tique-e-taques eu me encontro dividido entre as minhas maiores questões. 

mas, preciso parar de contar.

(eu queria somente respirar uma fração de segundos, sem pensar...)

sábado, 6 de junho de 2009

o cacto

Na maioria das vezes, criamos uma pressa enorme de viver as coisas. E esquecemos que tudo tem o seu tempo certo de acontecer.

Caro(a),

Me (re)estabeleço, me (re)faço, me (re)descubro. Que as interrogações se acabem e que os pontos-e-vírgulas se multipliquem. Só não quero o ponto final. As reticências também não me agradam, são inconclusivas. Na falta de conclusões, prefiro o silêncio. Dizer por dizer já não me basta. É como o vômito cheirando a mofo em tempo de melancolia. Os tique-taques do tempo dão a sensação de uma rotina que não quero mais ter, ou que na verdade, nunca tive. Nunca tive uma vida tão meticulosamente calculada que pudesse contabilizar o que de fato vivi. Pontos-e-vírgulas de tristeza, alegrias, algumas frustrações, conquistas e um punhado de lágrimas. Estas sim, metodicamente vertidas, como num conta-gotas. Aí está: eis a medida do que vivo; lágrimas contadas, uma-a-uma.

A alegria não vem mais como resultado, mas como pré-requisito. Pois chega: de sorrisos já vivemos em demasia, não achas? Pouquíssimos são aqueles que verdadeiramente riem em estado contemplativo, puro e simples. Pouquíssimos são aqueles que sorriem não só o amarelo, mas o verde, o azul-marinho, rosa, preto e branco. Não sorriem pro mundo, nem pra si mesmo.

Brindemos aos céticos! Aos céticos de alegria lilás. Que não se apóiam em métodos e/ou fórmulas usadas como muletas, como apêndices, ingeridas como elixires para se sentirem menos óbvios, menos cegos, menos desprestigiados. Pois sabem que o efeito é passageiro. Sabem que não há demônios a serem combatidos. Não há sequer um problema até que de fato o considerarmos como tal. Ah, os céticos. Estes sim - não riem para mostrar que são felizes, felicidade hipócrita que se instala até o início da alma.

Brindemos à sinceridade! Pois só os sinceros vivem o que de fato são. Ou o que acham que são. Ou aqueles que, apenas, são. Verbo intransitivo. Aí reside a real sinceridade: a para consigo mesmo. Criar a nossa verdade é, sobretudo, vivê-la. Uma verdade cética - não premeditada, roteirizada, dirigida a quem possa ouví-la: uma verdade sentida.

Mas te (re)estabeleço, te (re)faço, te (re)descubro. Que a sensação de encantamento não se acabe, que o ceticismo não nos iluda, que a verdade nos dignifique. Que as lágrimas, tantas e tantas vezes derrubadas, continuem. Sinônimo de contemplação plena, lágrima essa, sem cor.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

tudo novo de novo

Vamos começar
Colocando um ponto final
Pelo menos já é um sinal
De que tudo na vida tem fim

Vamos acordar
Hoje tem um sol diferente no céu
Gargalhando no seu carrossel
Gritando nada é tão triste assim

É tudo novo de novo
Vamos nos jogar onde já caímos
Tudo novo de novo
Vamos mergulhar do alto onde subimos

Vamos celebrar
Nossa própria maneira de ser
Essa luz que acabou de nascer
Quando aquela de trás apagou

E vamos terminar
Inventando uma nova canção
Nem que seja uma outra versão
Pra tentar entender que acabou

Mas é tudo novo de novo
Vamos nos jogar onde já caímos
Tudo novo de novo
Vamos mergulhar do alto onde subimos

#paulinhomoska

segunda-feira, 11 de maio de 2009

uma história

, hoje tenho uma história pra contar. estou aqui sem temer o que me cerca, o que me resta. nas mãos, a confiança. a certeza de uma resposta sem questionamentos. a vontade de seguir com a minha verdade, endereçada à poucos, tão poucos, tão especiais.
hoje tenho uma história pra contar. não falarei baixinho, não direi uma palavra sequer sem olhar nos olhos de quem me interessa. os abraços serão contados, as horas serão exitintas. a espontaneidade ressurgirá em refrão, cantando tudo aquilo que me soa bom. acordes perfeitos de boas conversas, de bons conselhos e boas lembranças.
hoje eu tenho uma história pra contar. talvez não consiga dizer tudo, talvez nem seja necessário. mas que a mensagem - sobretudo - se faça presente. a sua parte ou seu todo. que a partir dela a verdade se estabeleça. Transborde pelos lados e escorra até o chão. Que ela se manifeste, dos pés à cabeça, do mais sincero início de tudo.
afinal, se eu vou contar uma história, e é pelo hoje que vou começar.
(...)

sábado, 9 de maio de 2009

perfect timing, perfect moment

Os grandes momentos da vida não são necessariamente as coisas que você faz, mas sobretudo as coisas que acontecem espontaneamente com você.

Não estou dizendo que não se deve tomar alguma atitude para que as coisas aconteçam. Sim, a atitude é fundamental. Mas não se esqueça um dia, ao sair de casa, você pode dar um passo pra fora de porta e sua vida pode mudar para sempre. O universo tem um plano. E este plano está sempre em construção. Todas as peças desta máquina estão funcionando constantemente, trabalhando para que você fique exatamente aonde deveria estar.

O lugar certo, na hora certa.

:)

sexta-feira, 8 de maio de 2009

bajofondo



ayer, recital de Bajofondo, re copado!

Avanzo y escribo _ decido el camino _ las ganas que quedan se marchan con vos

quarta-feira, 6 de maio de 2009

paciência

paciência é uma virtude. é esperar, sim, em vão. esperar e aceitar o que somos - e também o que queremos ser. ser paciente é entender que cada dia é um novo passo nesta caminhada incessante que a vida nos proporciona. quando não criamos expectativa, não nos frustramos. pois estamos preparados para receber o inesperado.

a paciência é a ponte entre a idealização e a realização.

,

terça-feira, 5 de maio de 2009

Felicidade entalada

Ainda me faltam as palavras para definir como estou. Na falta de definições, fica a impressão. A vontade, a (in)certeza, a (in)quietude. Que bom.

Quando o ser humano quer, ele é sensacional.

http://www.youtube.com/watch?v=kHdJR6iUBFM&eurl=

via @rafaellosso e @gabbones

terça-feira, 17 de março de 2009

segunda-feira, 16 de março de 2009

PS:

O "Mãe, tô na Argentina" teve acesso restrito pra ficar guardado nas minhas lembranças, para não se tornar um blog as moscas esperando comentários e visitas de pessoas estranhas. Se a internet permitir, ele sempre estará disponível de maneira restrita e endereçado a mim e as pessoas que de fato fazem ou fizeram parte de sua história.

Agora, resta a saudade.

medições

ainda deglutindo as coisas, vejo que os meus três meses de Argentina passaram voando. Mas ao mesmo tempo valeram mais que os últimos 12.

Que venham os seguintes. Agora, de volta ao meu pais, ao meu chão.

:)

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

somos todos poetas

valho-me dos sonhos indizíveis
dos momentos inesquecíveis, muitos deles.
trago a certeza das horas bem-vindas,
dos dizeres inconfessáveis,
das confissões desmedidas.

na negativa das ações, basta a tentativa.
uma vontade não-vivida ou não-ouvida?
racionais e emotivos, somos todos poetas;
um (des)prazer (in)útil de sentimentos,
uma catarse do que somos e queremos ser.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

(des)construindo o tempo

,sei que não tenho tido uma vida muito cartesiana ultimamente - o que não deixa de ser uma escolha louvável. Uma alternativa ao ostracismo de muitos, à falta de lateralidade de alguns, à intolerância da maioria. Quem não tenta achar o seu lugar no mundo? Ou pelo menos compreender a sua própria trajetória? Não sei se isso é uma unanimidade, mas eu sempre me questionei por isso. Sempre precisei quebrar meu espelho de Narciso pra poder distinguir as coisas. E como encará-las, como vivenciá-las.

Necessito dessa catarse de situações. Entendo que talvez seja uma maneira um pouco torpe me justificar para o mundo, pra mim mesmo. Insisto em parametrar as coisas, em olhar pros lados, em olhar pro mundo - e não só para meu próprio umbigo. Insisto no aprendizado, numa compreensão maior - acima de qualquer julgamento ou condição.

Inevitavelmente não deixo de pensar de como seria a minha vida se tivesse uma constância extremamente comum à tantas outras. Se falasse a mesma língua de muitos. Talvez deixasse de ser tão exageradamente visceral, verdadeiro, espontâneo. Tão... eu.

Não. Não me vejo vivendo de outra maneira. Não me vejo sem meus vícios, sem preciosismos, sem marcas. Sem meu jeito tão particular de ver as coisas. De encarar a vida. A minha vida.

Não quero ser exemplo pra ninguém. Nunca quis, mesmo que muitas vezes eu tenha agido desta forma. Quero ficar no meu canto, com as pessoas que preciso. E não são muitas; nem importantes num contexto maior, nem perfeitas, nem sinônimos de rebeldia, nem nada.

Eu quero é ser (intransitivo). Eu é
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PS: Continuo por aqui, com minha violinha no saco. Por favor, me deixe um pouco por aqui, com a luz apagada, com um idioma que não me pertence, com um país que não é meu. Me deixe aqui, com a única coisa que me pertence de verdade: a minha vida. A minha essência. Me deixe aqui reconstruindo tudo o que de fato represento pro mundo, pro meu mundinho, tão simples e tão meu. Lembre-se que o tempo é sábio: reconstrói o que ele mesmo tratou de desconstruir.