segunda-feira, 2 de julho de 2012

fumaça

acho que só um cigarro e um scotch não bastam. essa lua absurda me consome. tô aqui, olhando pro céu, pro espaço, pra falta dele. pro vazio que ficou entre tudo que um dia foi da gente. tô com uma vontade absurda de gritar seu nome na janela. sei que você não vai ouvir. sei que talvez nem leia tudo isso aqui. mas tá foda. e vou te falar: esse é meu último cigarro. quero dar cada tragada com calma, quero absorver essa fumaça e depois cuspí-la. pra ficar com aquela vontade boa do depois. quem sabe assim passa. quem sabe assim eu lide melhor com a tua falta. com a falta do teu cheiro, do teu pescoço, das noites de lua grande na janela, como agora. cuspo aqui teu nome, tua fumaça - sim, de você agora só tenho a impressão. é como fumaça: eu vejo, mas não posso pegar. e teu cheiro ainda está aqui, misturado com meu scotch vagabundo e com minha alma, despedaçada.

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