sexta-feira, 31 de julho de 2009

guiness book of nothing

o que de fato nos impulsiona? o que faz a gente seguir em frente? A própria inércia em que nos encontramos? Um propósito específico, ou a falta dele? A tentativa desenfreada de se encaixar em alguma coisa (ou de ser aceito) faz com que a gente vomite sem simplesmente checar o que temos, de fato, deglutido. Muita gente passa a vida inteira procurando o invisível, cheio de questões e promessas. Faz de um tudo para se questionar, para se parametrar, para se distanciar - até de si mesmo. Esquece, por um momento, de viver a vida focado no mais incrível e absoluto nada. Esquece dos bons amigos, dos momentos bons, do "bom dia", da alegria-de-criança-quando-acorda. É bem mais fácil falar da grama do vizinho, dos problemas da fulana, da calça cafona da cunhada do tio da avó. E é isso. Seguem frustrados, questionando tudo, absorvendo nada, vomitando mofo, deglutindo merda. Mas, o que de fato nos impulsiona? As grandes metas, os amores impossíveis, as taras inconfessáveis, os quereres mais imprevisíveis? Será mesmo? E assim, seguiremos vivendo neste extremismo desenfreado, falando mal das putas e dos viados, enaltecendo o belo e o perfeito, traindo as esposas, chantageando o chefe, querendo a camiseta mais hype, mais fashion, mais da modinha. Seguiremos buscando o amor-acima-de-tudo, da gozada-mais-perfeita, do sequestro-que-durou-mais-tempo, do namoro-que-durou-menos. Seguiremos traçando a vida como um guiness book, e esquecendo que ela não tem chegada. Nem final.

Um comentário:

Guga Pitanga disse...

Algum dia do mês passado li algo como que 'quem muito questiona, mais desiludido fica'. Por um lado isso é verdade. E como as pessoas se deixam levar por essa busca incansável de sei lá o que, não aproveitando estes bons momentos que você citou.